tecnologia que devolve autonomia e qualidade de vida no envelhecimento
A perda auditiva é uma das condições mais comuns associadas ao envelhecimento, mas, apesar da alta incidência, ainda é cercada de estigmas e desinformação. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 1,5 bilhão de pessoas no mundo convivem hoje com algum grau de dificuldade para ouvir, e a expectativa é de que esse número cresça de forma acelerada nos próximos anos, acompanhando o envelhecimento populacional.
Especialista em reabilitação auditiva, os impactos da perda da audição vão muito além da dificuldade de comunicação. “Quando uma pessoa não ouve bem, ela se afasta das conversas, evita encontros sociais, perde qualidade nas relações. Isso pode levar ao isolamento, à depressão e até contribuir para o declínio cognitivo”.
Tecnologia a serviço da saúde auditiva
Os aparelhos auditivos, antes vistos como incômodos ou de difícil adaptação, evoluíram de forma significativa. Atualmente, oferecem recursos digitais avançados, conectividade sem fio e designs cada vez mais discretos. “Hoje temos aparelhos que se conectam ao celular, à televisão e até ao computador, permitindo que o paciente volte a participar da vida social de forma ativa e confiante”.
Os dispositivos são programados de acordo com o grau e tipo da perda auditiva de cada indivíduo, proporcionando maior conforto e naturalidade na percepção sonora.
Aliados também contra o zumbido
Outro ponto importante destacado é a utilização dos aparelhos no tratamento do zumbido – sintoma que afeta milhões de brasileiros e está frequentemente associado ao envelhecimento ou à exposição a ruídos intensos.
“O aparelho pode emitir sons terapêuticos que mascaram o zumbido, reduzindo a percepção incômoda e melhorando a qualidade de vida do paciente”.
A barreira do preconceito
Apesar dos avanços, a resistência ainda é um desafio. Muitas pessoas adiam a procura por ajuda por medo do julgamento ou por acreditar que os aparelhos são sinal de fragilidade. Para a especialista, essa visão precisa ser superada.
“O aparelho auditivo não deve ser visto como um símbolo de envelhecimento, mas como um recurso de saúde, assim como os óculos. Ele devolve autonomia, autoestima e vitalidade”.
Um investimento em bem-estar e longevidade
Estudos recentes demonstram que a reabilitação auditiva está diretamente ligada à preservação da memória, à prevenção de quadros de depressão e ao fortalecimento de vínculos sociais. Nesse sentido, a orientação da fonoaudióloga é clara: buscar ajuda assim que os primeiros sinais de perda auditiva aparecerem.
Não é apenas sobre ouvir sons, mas sobre participar da vida. Quando o paciente volta a escutar bem, ele volta a sorrir, a interagir, a se sentir parte. É um impacto que vai muito além da audição.